quarta-feira, 21 de abril de 2010

Romantismo Musica e Poesia

Poema: Lira dos Vinte Anos


"Mas essa dor da vida que devora A ânsia de glória, o dolorido afã... A dor no peito emudecera ao menos Se eu morresse amanhã!" " Quando falo contigo, no meu peito esquece-me esta dor que me consome: Talvez corre o prazer nas fibras d'alma: E eu ouso ainda murmurar teu nome!"

Música: Sem Ar

Meus pés não tocam mais o chão.

Meus olhos não veêm minha direção.

Da minha boca saem coisas sem sentido.

Você era meu farol e hoje estou perdido.

O sofrimento vem à noite sem pudor.

Somente o sono ameniza minha dor.

Mas e depois? E quando o dia clarear?

Quero viver do teu sorriso teu olhar.

Eu corro pro mar pra não lembrar você.

E o vento me traz o que eu quero esquecer.

Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar.

Nos teus braços é o meu lugar.

Contemplando as estrelas, minha solidão.

Aperta forte o peito é mais que uma emoção

Esqueci do meu orgulho pra você voltar

Permaneço sem amor, sem luz, sem ar...

Perdi o jogo, tive que te ver partir.

E minha alma sem motivo para existir.

Já não suporto esse vazio quero me entregar

Ter você pra nunca mais nos separar

Você é o encaixe perfeito do meu coração.

O seu sorriso é a chama da minha paixão.

Mas é fria a madrugada sem você aqui.

Só com você no pensamento.

Eu corro pro mar pra não lembrar você.

E o vento me traz o que eu quero esquecer.

Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar.

Nos teus braços é o meu lugar.

Contemplando as estrelas minha solidão.

Aperta forte o peito é mais que uma emoção

Esqueci do meu orgulho pra você voltar

Permaneço sem amor, sem luz...



Meu ar, meu chão é você

Mesmo quando fecho os olhos

Posso te ver...

Eu corro pro mar pra não lembrar você.

E o vento me traz o que eu quero esquecer.

Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar.

Nos teus braços é o meu lugar.

Contemplando as estrelas minha solidão.

Aperta forte o peito é mais que uma emoção

Esqueci do meu orgulho pra você voltar

Permaneço sem amor, sem luz

sem ar.





Poema : Beijos

Conceição A. Giacomini Soares


Eu sei: sou outra nesta embriaguez!

Universo a girar gi-ran-do, olhos também.

O úmido provado acima da vontade,

À flor da pele os arrepios vividos!



Os lábios se imantando em tantas partes,

Anestesia da realidade, em flor aberta.

No céu da boca, fogos de artifício explodem.

Tênue subir pela paixão das bocas!



Viver para sempre assim estes momentos

Sentir como jamais aquela dor em sonhos,

Trocar ternuras por atrevimento.



E beijos ... beijos ... beijos! Continuar beijando;

Até que, neste envolver de almas sedentas,

Eu consiga sorrir, chorar, enquanto amo!


Música: Mulher Fatal

Sampa Crew

Composição: ( J.C. Sampa )

A gente se combina tanto

A gente faz amor legal

Eu já conheço tuas manhas

Teu jeito de mulher fatal

Se tá zangada faz biquinho

Se tá contente dá carinho

Eu só te peço uma coisa

Me deixa beijar

Tua boca agora

Que eu te amo

E te quero sem demora

O nosso amor já tem

A mais linda história

Que é contada em versos

Que eu fiz prá você..

Mulher que mexe comigo

Por dentro

Com meu pensamento

Um doce veneno eu invento

Que quero te deixar

Prá ver se mexo contigo

No fim parece mais

Que me impus um castigo

Você me mostra logo

Um sorriso maroto

Eu me entrego por inteiro

Parecendo um garoto

Querendo um brinquedo

Sentindo o desejo

E essa ânsia se acaba

No mais longo beijo

A gente se combina tanto

A gente faz amor legal

Eu já conheço tuas manhas

Teu jeito de mulher fatal

Se tá zangada faz biquinho

Se tá contente dá carinho

Eu só te peço uma coisa

Me deixa beijar

Tua boca agora

Que eu te amo

E te quero sem demora

O nosso amor já tem

A mais linda história

Que é contada em versos

Que eu fiz prá você

Poema de Castro Alves

Dedicatória



A pomba d'aliança o vôo espraia

Na superfície azul do mar imenso,

Rente... rente da espuma já desmaia

Medindo a curva do horizonte extenso...

Mas um disco se avista ao longe... A praia

Rasga nitente o nevoeiro denso!...

Ó pouso! ó monte! ó ramo de oliveira!

Ninho amigo da pomba forasteira! ...

Assim, meu pobre livro as asas larga

Neste oceano sem fim, sombrio, eterno...

O mar atira-lhe a saliva amarga,

O céu lhe atira o temporal de inverno. . .

O triste verga à tão pesada carga!

Quem abre ao triste um coração paterno?...

É tão bom ter por árvore — uns carinhos!

É tão bom de uns afetos — fazer ninhos!

Pobre órfão! Vagando nos espaços

Embalde às solidões mandas um grito!

Que importa? De uma cruz ao longe os braços

Vejo abrirem-se ao mísero precito...

Os túmulos dos teus dão-te regaços!

Ama-te a sombra do salgueiro aflito...

Vai, pois, meu livro! e como louro agreste

Traz-me no bico um ramo de... cipreste!

Romantismo

Introdução


O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.

O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América.

As características principais deste período são : valorização das emoções, liberdade de criação, amor platônico, temas religiosos, individualismo, nacionalismo e história. Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na Revolução Francesa.

Artes Plásticas

Nas artes plásticas, o romantismo deixou importantes marcas. Artistas como o espanhol Francisco Goya e o francês Eugène Delacroix são os maiores representantes da pintura desta fase. Estes artistas representavam a natureza, os problemas sociais e urbanos, valorizavam as emoções e os sentimentos em suas obras de arte. Na Alemanha, podemos destacar as obras místicas de Caspar David Friedrich, enquanto na Inglaterra John Constable traçava obras com forte crítica à urbanização e aos problemas gerados pela Revolução Industrial.

Literatura

Foi através da poesia lírica que o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos XVIII e XIX. Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras estrangeiras, frases diretas e comparações. Os principais temas abordados eram : amores platônicos, acontecimentos históricos nacionais, a morte e seus mistérios. As principais obras românticas são: Cantos e Inocência do poeta inglês William Blake, Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe, Baladas Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron. Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.

Música

Na música ocorre a valorização da liberdade de expressão, das emoções e a utilização de todos os recursos da orquestra. Os assuntos de cunho popular, folclórico e nacionalista ganham importância nas músicas.

Podemos destacar como músicos deste período: Ludwig van Beethoven (suas últimas obras são consideradas românticas), Franz Schubert, Carl Maria von Weber, Felix Mendelssohn, Frédéric Chopin, Robert Schumann, Hector Berlioz, Franz Liszt e Richard Wagner.

Teatro

Na dramaturgia o romantismo se manifesta valorizando a religiosidade, o individualismo, o cotidiano, a subjetividade e a obra de William Shakespeare. Os dois dramaturgos mais conhecidos desta época foram Goethe e Friedrich von Schiller. Victor Hugo também merece destaque, pois levou várias inovações ao teatro. Em Portugal, podemos destacar o teatro de Almeida Garrett.

O ROMANTISMO NO BRASIL

Em nossa terra, inicia-se em 1836 com a publicação, na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas questões sociais e políticas do pais. As obras brasileiras valorizavam o amor sofrido, a religiosidade cristã, a importância de nossa natureza, a formação histórica do nosso pais e o cotidiano popular.

Artes Plásticas

As obras dos pintores brasileiros buscavam valorizar o nacionalismo, retratando fatos históricos importantes. Desta forma, os artistas contribuíam para a formação de uma identidade nacional. As obras principais deste período são : A Batalha do Avaí de Pedro Américo e A Batalha de Guararapes de Victor Meirelles.

Literatura romântica brasileira

No ano de 1836 é publicado no Brasil Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães. Esse é considerado o ponto de largada deste período na literatura de nosso país. Essa fase literária foi composta de três gerações:

1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os seguintes escritores : Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.

2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultra-romântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta fase : Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.

3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia social ou hugoana, textos marcados por crítica social. Castro Alves, o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no poema Navio Negreiro.

Música Romântica no Brasil

A emoção, o amor e a liberdade de viver são os valores retratados nas músicas desta fase. O nacionalismo, nosso folclore e assuntos populares servem de inspiração para os músicos. O Guarani de Carlos Gomes é a obra musical de maior importância desta época.

Teatro

Assim como na música e na literatura os temas do cotidiano, o individualismo, o nacionalismo e a religiosidade também aparecem na dramaturgia brasileira desta época. Em 1838, é encenada a primeira tragédia de Gonçalves de Magalhães: Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição. Também podemos destacar a peça "O Noviço de Martins Pena".

Gonçalves Dias

Resumo:


Primeiro grande poeta do Romantismo brasileiro. A temática indianista que caracteriza sua obra apresenta forte colorido e ritmo. Seu grande poema indianista Os Timbiras ficou incompleto, pois durante o naufrágio em que o poeta morreu perderam-se também os textos. Além da vertente indianista, também se destaca a lírica amorosa, mas não apresenta passionalidade. Aqui a mulher é sempre um anjo, idealizada, numa ótica platônica.

Principais Obras:

• "I Juca Pirama", "Canção do Tamoio", “Os Timbiras” - Sentimento de honra e valentia do índio

• "Leito de folhas verdes", "Se se morre de amor", "Como? És tu?", "Ainda uma vez - adeus!", "Seus olhos"

• "Canção do Exílio" - Solidão, exílio, amor à pátria, retomada por muitos modernistas

• "O mar", "A noite", "A tarde" - Poesias impregnadas de religiosidade sobre a majestade da natureza

• Livros - Primeiros Cantos (1846), Segundos Cantos (1848), Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos Cantos (1851), Os Timbiras, Cantos (1857).


Poema:

"Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá."

                                                                                    Canção do Exílio

"Por onde quer que fordes de fugida

Vai o fero Itajuba perseguir-vos

Por água ou terra, ou campos, ou florestas;

Tremei!..." Os Timbiras

"Eu vi o brioso no largo terreiro,

Cantar prisioneiro

Seu canto de morte, que nunca esqueci:

Valente como era, chorou sem ter pejo;

Parece que o vejo,

Que o tenho nest'hora diante de mi."

                                                                               I-Juca Pirama

Castro Alves

Resumo:

Porta-voz das ânsias coletivas tem na poesia abolicionista sua melhor realização na linha social ("Navio Negreiro" e "Vozes d'África). Em suas obras, atribui ao poeta a missão de denunciar as injustiças sociais e de clamar pela liberdade ("Adeus, meu canto").


Esse tipo de poesia se realiza num estilo vibrante, em que predominam as comparações, metáforas, antíteses, hipérboles, apóstrofes, empregadas quase sempre em função de elementos grandiosos da natureza, que sugerem imensidão, força, majestade, como: montanhas, cordilheiras, oceanos, tempestades, furacões, astros, cachoeiras, configurando assim o estilo chamado Condoreirismo.

Sua poesia amorosa é bem mais sensual do que se fazia na época. Nela, a mulher, diante das vagas idealizações ultra-românticas, aparece em toda sua beleza física e envolvida por um clima de erotismo e paixão.

Principais Obras:

• "Espumas Flutuantes" (1870)

• "A Cachoeira de Paulo Afonso" (1876)

• "Os escravos" (1883)

• Além das poesias escreveu para o teatro “Gonzaga ou a Revolução de Minas” (1876)

Poema:

"Eras um sono dantesco... O tombadilho,

Que das luzernas avermelha o brilho,

Em sangue a se banhar,

Tinir de ferros... Estalar do açoite...

Legiões de homens negros como a noite

Horrendos a dançar"

                                                                           Os Escravos

Fagundes Varela

Resumo:

Poeta romântico boêmio inspirado pelo byronismo. A morte marca sua vida pessoal com a perda do filho de três meses e da ex-esposa. Por sua amizade com Castro Alves, fez a ponte da poesia pessimista à poesia social. Falece, alcoólatra e mentalmente desequilibrado tornando-se o protótipo do poeta maldito brasileiro.

Principais Obras:


• Noturnas (1861), O Estandarte Auriverde (1863), Vozes da América (1864), Cantos e Fantasias (1865), Cantos Meridionais (1869), Cantos do Ermo e da Cidade (1869), Anchieta ou Evangelho na Selva (1875), Diário de Lázaro (1880), Cantos Religiosos (1878) - poesias.

• Ruínas da Glória, Ester, Iná, Cora - prosa.

Poema:

"Eras na vida a pomba predileta

Que sobre um mar de angústia conduzia

O ramo da esperança. - Eras a estrela

Que entre as névoas do inverno cintilava

Apontando o caminho ao pergueiro."

Alavares de Azevêdo

Resumo:

Poeta que melhor representou a estética ultra-romântica. Tendência aos aspectos mórbidos e depressivos da existência, degeneração dos sentimentos, decadentismo e até satanismo. A escolha vocabular reflete essa tendência: "pálpebra demente", "matéria impura", "fúnebre clarão", "boca maldita", entre outros.

Principais Obras:


•"Liras dos vinte anos" - Livro-síntese dessa geração pois revela a força lírica e a v ironia romântico-macabra.



•"Macário" - Composição livre, meio diálogo, meio narração.



•"O Conde Lopo"



•"Poema do Frade"



•"Pedro Ivo" (Poemetos)



•"Noite na Taverna" - Prosa narrativa fala da boemia estudantil da época, que era uma forma de protesto e fuga.


Poema:

"Mas essa dor da vida que devora

A ânsia de glória, o dolorido afã...

A dor no peito emudecera ao menos

Se eu morresse amanhã!"

" Quando falo contigo, no meu peito

esquece-me esta dor que me consome:

Talvez corre o prazer nas fibras d'alma:

E eu ouso ainda murmurar teu nome!"

Lírico Poético